Ausência pode custar o cargo à juíza ‘fantasma’ Marcava audiências no mesmo
horário, em varas diferentes A Corregedoria-Geral da Justiça vai convocar a juíza Myriam Therezinha Simen Rangel Cury e as funcionárias do Tribunal de Justiça Andrea de Lima Guerra e Tarsilla Carla Calvo Chiti para prestar depoimento. Como O DIA mostrou com exclusividade, conhecidas como ‘secretárias’ da magistrada, elas faziam audiências no lugar da juíza. As três podem ser punidas com advertência e até perda do cargo. Em Guapimirim, Myriam chegava a marcar as audiências no juizados Cível e Criminal nos mesmos dias e horários.
Nessa etapa do processo, testemunhas podem ser ouvidas e até sentença ser proferida. Tarsilla fazia o mesmo no Juizado Especial Cível de Inhomirim, Magé. Com a queixa formal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-RJ), a investigação foi aberta. Em Inhomirim, Myriam já foi substituída pela
juíza Luciana Mocco.“Estamos na fase de coleta de provas. Assim que terminarmos,
ouviremos a juíza e as funcionárias”, afirmou o corregedor-geral da Justiça,
desembargador Antônio José Azevedo Pinto. Na representação à Corregedoria, a
OAB-RJ pediu que cópia do documento fosse enviada ao Ministério Público (MP)
para que Myriam seja investigada por falsidade ideológica e as funcionárias, por
usurpação de função pública. O MP vai aguardar as investigações do Tribunal de
Justiça. O certo é que audiências e atos judiciais tenham
a presença do juiz. É a lei. Agora, nós só podemos caracterizar irregularidade
ou outra situação mais grave a partir dos fatos concretos. Tomamos conhecimento
do vídeo feito pelo jornal. Providências foram tomadas. Nas investigações, a
juíza vai continuar na vara única de Guapimirim. Temos como princípio fazer a apuração com os
envolvidos apresentando toda a defesa possível. Não há pré-julgamento. O
relatório será enviado ao Órgão Especial do Tribunal de Justiça em 60 dias,
acredito. Se as pessoas não denunciarem, não contarem o que está errado, ficamos
na rotina de inspeção. Há ocasiões em que precisamos ser provocados para
instauração de procedimento. É comum e permitido por lei. A carência de juízes
é muito grande no estado. Mas não pode ficar uma vara e comarca sem juiz. Cabe ao juiz organizar a rotina. Ele prepara a
pauta de audiência e deve fazer de modo que torne possível a conciliação. O juiz
não pode estar em dois lugares ao mesmo tempo. Ele tem que estabelecer que dia
tal estará em um lugar e dia tal em outro. Ou, no horário de tanto a tanto está
em uma vara e, no outro horário, em outra. A presença do juiz é fundamental. Especificamente, sim. Isso é fato e não há o que questionar. Fonte: O Dia On Line |