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Poesia na noite de sábado

Encontro homenageará poetas brasileirosPoetas e amantes das letras se reúnem neste sábado, na Casa da Memória Arthur Dalmasso - Foto: Cláudio Furtado

Teresópolis, 27/05/2010 - A Casa da Memória Arthur Dalmasso (Praça Balthasar da Silveira, 91 – Centro) sedia neste sábado, 29 de maio, a partir das 20h, o II Encontro de Poesia deste ano, que homenageará dois grandes poetas brasileiros de estilos diferentes.

Murilo Mendes, mineiro de Juiz de Fora, nascido em 1901 e morto em 1975, se formou no modernismo e deixou vasta obra com direito a inúmeros prêmios literários; João Cabral de Melo Neto nasceu no Recife em 1920, vindo a falecer em 1999, deixando um estilo próprio caracterizado pelo rigor estético e uma obra extensa, também muito premiada.

Coordenador do Encontro de Poesia, o poeta carioca Pedro Lage destaca a importância dos dois poetas para a poesia brasileira. “O conjunto da obra de ambos é riquíssimo e serve de influência às gerações seguintes. Sobre Murilo Mendes, posso falar de cadeira, pois é meu poeta preferido, se é que se pode ter apenas um poeta de sua preferência. Foi médico, telegrafista, contador, escrivão e professor. Todavia, foi como poeta que atingiu o esplendor da existência humana que dignifica o homem e faz a vida valer à pena. João Cabral não deixa por menos e, apesar de uma crônica enxaqueca que o fez tornar-se amante da aspirina, a ponto de compor um poema para o remédio, escreveu cerca de 20 livros. O reconhecimento de sua obra foi consagrado na eleição para membro da Academia Brasileira de Letras, no ano de 1968. São dois ícones da poesia brasileira, sem a menor dúvida”, avalia.

Promovido pela Secretaria de Cultura desde abril de 2009, dentro da política de disseminação da cultura implementada pelo Governo Jorge Mario, o Encontro de Poesia vem privilegiando autores nacionais e homenageou diversos deles, como Mario Quintana, Augusto dos Anjos, Manuel Bandeira, Jorge de Lima e o poeta teresopolitano Gastão Neves. O russo Maiakovski e o espanhol Frederico García Lorca também foram lembrados ao longo do ano passado.

O Subsecretário Ronaldo Fialho fala da importância de se perpetuar na memória dos jovens estes baluartes da poesia mundial. “O Encontro de Poesia serve, além do aspecto lúdico simplesmente, como formador de novos poetas ou mesmo admiradores de poesia. No mínimo, estamos formando plateia para a arte que todas as artes almejam ser e isso, por si só, já é suficientemente gratificante”. Fialho ressalta o apoio do Secretário de Cultura, Wanderley Peres, ao projeto. “Não é todo secretário, mesmo sendo de cultura, que tem os olhos abertos para a importância da poesia. Vivemos em um mundo de ideologia capitalista, onde tempo é dinheiro e, sendo assim, quem tem capacidade de síntese se dá bem nestes tempos sombrios de neoliberalismo, globalização e social democracia. Se pudermos obter a tal capacidade de síntese através de uma arte tão nobre como é a poesia, teremos feito um golaço nesta partida que atende pelo nome de processo civilizatório”, analisa.

Pedro Lage assinala: “Cortázar (o escritor argentino Julio Cortázar) costuma diferenciar o prosador do poeta usando uma metáfora de luta de boxe. O prosador é aquele que vence a luta por pontos; o poeta ganha por nocaute”. “Vida longa, portanto, aos poetas e à poesia para que possamos nos deleitar com nocautes estrelares”, finaliza Fialho.

 

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