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Rio-Teresópolis liberada em meia-pista

Sistema de pare-e-siga após deslizamento

Local interditado ontem, durante limpeza feita por operários da CRT. Foto: Fábio Motta/AETeresópolis, 18/11/2009 - O tráfego na Rodovia Rio-Teresópolis foi liberado em meia-pista desde o fim da tarde desta quarta-feira (18) na altura do quilômetro 90 (Soberbo). A via estava interditada desde o último domingo (15) por causa de um deslizamento na área do parque Nacional da Serra dos Órgãos. O deslizamento matou três pessoas.

De acordo com a concessionária, a decisão de liberar a via foi tomada em conjunto por técnicos da concessionária, da ANTT e do Corpo de Bombeiros de Teresópolis, após inspeção do local.

A liberação em meia-pista da rodovia foi para permitir a conclusão de limpeza do local. A concessionária informou que instalou uma tela de proteção para isolar a pista mais próxima da encosta. Equipes estão no local para orientar os motoristas.

Estrada será fechada em dias de temporal

O deslizamento de terra que matou três pessoas da mesma família domingo à noite, na rodovia Rio-Teresópolis, alterou o plano emergencial da concessionária (CRT) que administra a estrada.

O gerente de marketing da CRT, Pedro Lancastre, admitiu ontem ao jornal "O DIA" que a via será fechada sempre que o índice pluviométrico, que mede a intensidade das chuvas, atingir níveis acima do tolerável, devido ao risco de desmoronamentos.

Na noite do acidente, o Inmet registrou 71 mm de chuvas em 45 minutos no Parque Nacional da Serra dos Órgãos, por onde passam 15 quilômetros da rodovia. Segundo o instituto, a pluviometria classifica como temporal quando chove acima de 60 mm no período de uma hora. “Já fechamos a estrada em outras ocasiões quando, por exemplo, a serração ameaçou a visibilidade”, disse Lancastre.

A ANTT afirmou em nota, no entanto, que o trecho onde aconteceu o deslizamento não era considerado de risco e que o problema no local estaria ligado à drenagem — escoamento da água em excesso pelos dutos e calhas na encosta —, não à contenção — obras como muros e barreiras para evitar o deslizamento de terra. Segundo a agência, a necessidade de drenagem por excesso de chuva é imprevisível e, nesse caso, ninguém poderia ser responsabilizado. “O deslizamento foi de pequenas proporções, o problema ocorreu com árvores de grande porte e pedras que foram carreadas pelas águas para a pista”, diz a nota.

A agência informou que 22 pontos de risco na Rio-Teresópolis sofrerão intervenções até 2012, com investimentos de R$ 18 milhões. A CRT, por sua vez, diz que foram investidos R$ 50 milhões na contenção de encostas em 163 pontos de risco nos 13 anos de concessão da estrada, que deverá ganhar uma terceira faixa, para caminhões e ônibus, em 12 dos 15 quilômetros que cortam a Serra dos Órgãos.

O fechamento da estrada em dias de chuva forte é defendido por geólogos. Diretor técnico de meio ambiente do Clube da Engenharia, o geólogo Benedicto Humberto Rodrigues lembrou que a Ponte Rio-Niterói faz o mesmo. “Trata-se de se resguardar a vida humana e respeitar as condições naturais. A estrada corta a formação geológica da Mata Atlântica e é sujeita a deslizamentos”, diz.

Para evitar novas tragédias, o Departamento de Recursos Minerais (DRM), do governo do estado, criou o Núcleo de Prevenção de Análise de Riscos Geológicos, que fará até o fim do ano inventário das áreas de risco dos municípios do interior. “Queremos ajudar as prefeituras a se prevenir”, explicou Flávio Erthal, presidente do DRM.

Comoção no enterro das vítimas

“Minha filha fazia um cântico de louvor a Deus quando partiu”, revelou, emocionado, o comerciante Antônio Ângelo Gonçalves, 56 anos, pai de Viviane Ferreira Gonçalves Campos, 33, que morreu na Rio-Teresópolis, sob escombros de sete toneladas de terra. Também morreram na tragédia o marido de Viviane, Bruno Ferreira Campos, 34, e a filha Gabriele, que completaria sete meses ontem. “Foi Deus quem quis assim”, resignou-se.

O casal de enfermeiros e o bebê foram velados na Capela 7, onde os amigos afixaram a letra de ‘Coração de Estudante’, de Milton Nascimento, e enterrados ontem de manhã, no jazigo da família, no Cemitério Nossa Senhora das Graças, em Caxias.

A mãe de Viviane, que conseguiu escapar do Palio do casal com vida, quando retornavam de Minas Gerais, Maurina Ferreira Gonçalves, 53, não acompanhou o sepultamento. Casados há 2 anos e sete meses, Bruno e Viviane eram evangélicos e frequentavam a Igreja Nova Vida. Com o casamento, Viviane e o marido foram morar no condomínio Tauá, na Ilha do Governador. “Minha filha era uma guerreira. Com sacrifício, ela e o marido, outro filho que também perdi, conseguiram comprar o apartamento e o carro”, contou Ângelo.

Fonte: G1 / O Dia (Reportagens de Christina Nascimento, Geraldo Perelo e Ricardo Albuquerque)

 

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