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"A Saúde e os Agrotóxicos"

Seminário especial no Dia dos Médicos

Secretário de Agricultura, Fernando Fernandes, Secretário de Saúde, Maurílio Schiavo e Promotora Anaísa Miranda - Foto: Roberto FerreiraTeresópolis, 20/10/2009 - A Secretaria de Saúde reuniu profissionais da área para debater os impactos que o uso de agrotóxicos causam na saúde humana. O evento aconteceu no último sábado, 17, no auditório da Sociedade de Ciências Médicas, e reuniu o Secretário de Saúde, Maurílio Schiavo, o Secretário de Agricultura, Fernando Mendes, a Promotora de Justiça e Meio Ambiente, Anaíza Helena Malhardes Miranda, e os professores Sérgio Koifman e Armando Meyer.

“Ao começar o trabalho na gestão pública, pudemos visualizar melhor como são sérios os problemas gerados pelo uso de agrotóxicos. Nosso campo de visão está mais aberto e, consequentemente, nossa preocupação está ainda maior. Muitas vezes o paciente chega ao pronto-socorro com sintomas diferentes decorrentes da exposição. Temos interesse em atuar contra esse problema de forma institucional, através da informação e da capacitação. O objetivo maior é a saúde da população”, declarou o Secretário de Saúde, Maurílio Schiavo.

O Secretário de Agricultura, Fernando Mendes, garantiu o empenho do governo na luta contra os malefícios dos agrotóxicos. “É um trabalho de longo prazo. O objetivo é organizar uma política única municipal para a questão dos agrotóxicos, reunindo diversas secretarias. Já temos curso sobre o manuseio destes materiais, mas é necessário sensibilizar os agentes sanitários para que a informação chegue à toda população rural”, declarou.

O professor Sérgio Koifman explicou como a exposição ao agrotóxico interfere na saúde e no sistema reprodutivo, podendo causar alterações na razão de sexos ao nascimento, modificações na qualidade do esperma humano e animal, distúrbios na libido, abortamento espontâneo, prematuridade, baixo peso ao nascer e má formação fetal. “A realização de estudos com grupos mais vulneráveis, como gestantes, crianças e adolescentes, podem reunir evidências para adoção de medidas na saúde pública. A população rural vem sendo exposta de forma crescente a substâncias químicas que podem interferir no sistema endócrino”, salientou.

O biólogo e professor Armando Meyer afirmou que a região serrana recebe a maior parte dos agrotóxicos consumidos no Estado. “Os principais cânceres desenvolvidos a partir da exposição, na região serrana, são os de estômago, esôfago, pulmão, laringe, cavidade oral e leucemia, além de doenças cardiovasculares e respiratórias”, acrescentou. O palestrante também comentou as estatísticas de hospitalização por desordem de humor e de suicídios e tentativas, decorrentes da exposição a agrotóxicos. “O risco de morte por suicídio, entre agricultores, é 2,6% maior em municípios de altíssimo consumo de pesticidas”, finalizou.

Anaíza Malhardes, Promotora de Justiça e Meio Ambiente, destacou o problema dos agricultores que moram próximos à lavoura e sentem todos os efeitos dos pesticidas. “De acordo com o conglomerado de indústrias de agrotóxico, o Brasil é o maior consumidor do mundo. O ideal seria usar o produto como combate às pragas, não como prevenção. É necessário o controle de venda, transporte, distribuição e utilização dos pesticidas, assim como o descarte das embalagens”, finalizou.

 

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